Autor:
David Levithan
Editora:
Galera Record
Nº de
páginas: 280
Toda manhã, A acorda
em um corpo diferente, em uma vida diferente. Não há qualquer aviso sobre
quem será e onde estará em seguida. De menina a menino, rebelde a certinho,
tímido a popular, saudável a doente; A precisa se adaptar.
Já se acostumou com isso e até criou algumas regras para
si. Primeira: nunca se apegar; segunda: jamais interferir. E tudo corre
bem... Até que A desperta no corpo de Justin e conhece sua namorada,
Rhiannon.
A partir desse momento, as regras pelas quais tem vivido
não fazem mais sentido. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer
ficar; dia após dia, todo dia. Mas como esperar que uma pessoa que sempre
viveu uma vida normal possa entender a realidade de A? Ou até mesmo acreditar
nela?
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Estamos sempre em busca de
algo novo. Não apenas na literatura, mas em todos os aspectos da vida. A
novidade nos atrai, nos seduz para a incerteza do que está por vir. Mas há quem
acredite que, no mundo em que vivemos, tudo já foi dito e não há como inovar.
Algumas pessoas acham que todas as coisas novas que estão surgindo não passam
de cópias de ideias que deram certo. Eu acho que desprezar o novo é prejudicial
ao próprio indivíduo que o despreza; ele pode estar se privando de descobrir algo
único que abrirá sua mente para um universo de possibilidades. Por que estou
devaneando dessa forma? Porque “Todo dia”, de David Levithan, é uma prova de
que a novidade pode nos trazer agradáveis e profundas surpresas.
Antes mesmo de começar a ler, já
havia percebido o quando esse livro seria intenso e emocionante. Claro que isso
não passava de uma intuição. Todas as críticas eram positivas e o tema dessa obra
é ímpar. Uma pessoa que troca de corpo todas as manhãs? Eu nunca li nada
parecido e, para falar a verdade, antes de ler o livro, não havia entendido
direito. Ficava me questionando: Como assim, um corpo novo a cada dia? Ele é um
ser humano? É um espírito? O que acontece com as pessoas cujos corpos são
habitados por A? Ele se apaixona por uma menina, mas como isso vai funcionar?
Essas e outras perguntas me instigaram a ler esse livro, de um autor que eu não
conheço direito e com um tema que podia dar muito certo – mas também muito
errado.
A é uma pessoa diferente de
todas, pois acorda, todo dia, em um corpo diferente. Ele assume a vida e as
memórias de cada uma dessas pessoas por apenas um dia e faz o possível para se
adaptar e não interferir. Ele não pode escolher em que corpo acordar, e a ideia
de prejudicar essas pessoas o desagrada muito, mas, às vezes, não há como
evitar. A já nasceu assim, pois não se lembra de ter vivido de forma diferente.
Por isso, já se acostumou com a ideia de não pertencer a nenhum lugar e, ao
mesmo tempo, pertencer a todos. Acontece que, em determinado dia, A acorda no
corpo de Justin e conhece Rhiannon, sua namorada, e se apaixona por ela desde o
primeiro momento. Essa história de amor poderia ser a coisa mais enjoativa e cansativa
de todo o livro – se Levithan não soubesse escrever bem, mas ele sabe, e o
relacionamento de A e Rhiannon passa a ser o elemento chave da obra,
desenvolvida com uma sutileza e despretensão que eu adoro encontrar em livros.
É como se, durante toda a história, durante todos os dias narrados por A,
abríssemos nossos olhos em um corpo diferente, sem saber o que nos espera, e
isso me deixou apreensiva. Pra ser sincera, o livro inteiro me deixou
angustiada; cada capítulo consiste em um dia vivido por A, e, quando o capítulo
acaba, não sabemos onde ele vai acordar, e isso é angustiante ao extremo.
Como eu citei anteriormente, o
relacionamento entre A e Rhiannon é o que desencadeia o enredo da obra, pois ele
já se habituara com a vida que levava, até conhecer alguém que despertou nele o
desejo de pertencer a algo. A partir daí, A faz de tudo para encontrá-la, dia
após dia, não importando em que corpo esteja; tudo o que ele quer é estar com
ela. Esse amor lindo e impossível comove o leitor e nos faz torcer por ele – embora
saibamos, assim como o casal, que às vezes o amor não é o bastante.
O que mais me agradou nessa
história é o fato de A não ter gênero. Ele não é menino nem menina, e isso não
importa, pois, como ele mesmo diz, se apaixona por indivíduos, não por gêneros.
No momento em que percebi isso, confesso que o livro me ganhou. Para mim, não
há ideia mais feliz do que essa. Saber que existe um autor que quis transmitir
isso através de um livro faz eu me sentir melhor e, mesmo sem nunca ter lido
outro livro dele, já gosto muito do David Levithan.
Ao viver cada dia em um corpo diferente,
A acaba conhecendo a realidade de um grande número de pessoas; o quanto elas
são corajosas ou covardes, o quando tão felizes ou tristes. Mas,
principalmente, percebe que cada uma delas tem algo único e de valor. Esses
aspectos vão sendo percebidos pelo leitor ao longo da obra, e não vou comentar
mais nada sobre eles. Vou deixar que leiam e percebam. E sintam.
No início da resenha, comentei
que essa ideia de um protagonista tão peculiar poderia dar muito certo, mas
também muito errado. Fiquei feliz em perceber que deu certo. “Todo dia" é mais uma prova de que existem ideias
originais surgindo a todo instante. O autor constrói uma narrativa com sutileza
e qualidade, sem exageros e com um final arrebatador. Uma experiência ímpar
para quem gosta de histórias sensíveis e honestas.
TRECHO FAVORITO:
Na minha
experiência, desejo é desejo, amor é amor. Nunca me apaixonei por um gênero.
Apaixonei-me por indivíduos. Sei que é difícil as pessoas fazerem isso, mas
não entendo por que é tão complicado, quando é tão óbvio.
p. 123
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E vocês, já leram esse livro? O que acharam? Deixem a opinião de vocês nos comentários!
Abraços e até mais!
Adorei tua resenha. Me deixou com mais vontade ler =)
ResponderExcluirQue bom! ^_^
ExcluirÉ um dos melhores livros que já li!
Primeira resenha que vejo desse livro,fiquei bastante curiosa..quem sabe o leio esse ano.
ResponderExcluirbjs e seu blog é lindo
http://ateliedoslivros.blogspot.com.br/
Leia sim, vale a pena!
ExcluirObrigada, beijos!
Parece ser ótimo ♥ Curti a fan page !! http://gps-da-moda.blogspot.com.br/
ResponderExcluirÉ maravilhoso! =)
ExcluirParece ser bom este livro =D
ResponderExcluir"Todo Dia" é um livro FANTÁSTICO! Entrou para a minha lista de favoritos. Gostei da resenha. xD Também já fiz uma no meu blog. De Todo Dia, I mean. q Estou seguindo aqui e curti a página. :D
ResponderExcluirhttp://tideofbooks.blogspot.com/
Concordo, Marcos! Um dos melhores que já li, com certeza!
ExcluirMenina, todo mundo fala tão bem desse livro que eu tô pensando em comprar - mesmo tendo uma lista enooorme de não lidos, hehe
ResponderExcluirNunca li nada do autor e estou bem curiosa, principalmente com Todo Dia, que é diferente de tudo que eu já li, rs
Beijão.
www.missthay.com
Sim, é mesmo diferente de tudo que já lemos. Eu também estou com uma lista enorme de não lidos, mas passei esse na frente de todos e não me arrependi. hehehe.
ExcluirBeijos!
Oi Flávia!
ResponderExcluirAdorei a resenha! Quero muito ler esse livro, parece ser incrível.
Parabéns pelo blog!
Bjs
http://entreserieselivros.blogspot.com.br/
Oi, Plínio!
ExcluirObrigada! Esse livro é mesmo incrível!
Beijos!
Flávia, esse livro acabou comigo de todas as formas possíveis. Tão lindo que nem consegui terminar a resenha. <3
ResponderExcluirUm beijo,
Luara - Estante Vertical
Pois é, Laura... Acabou comigo também, e aquele final... Meu Deus...
ExcluirBeijos!